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Dízimo

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O DÍZIMO ANTES DA LEI MOSAICA

Abraão, o dizimista
Geralmente Abraão é visto ou apresentado, nos nossos dias, por alguns pregadores desavisados, como um modelo de dizimista fiel.Vamos examinar, então, esse ponto de vista. Abra a sua Bíblia e leia Gênesis 12, onde está o relato do começo da história dos hebreus ou judeus, como passaram a ser mais conhecidos. 

Aí está a chamada de Abrão (nome que mais tarde foi mudado para Abraão). Eis a ordem de Deus: Sai da tua terra... e vai para a terra que te mostrarei... Eis a obediência de Abraão: Partiram para a terra de Canaã e lá chegaram... 

Observe que ele foi chamado para sair da sua terra e ir para outra terra, que ele não conhecia. Tão logo chegou à terra de Canaã, Deus lhe revelou que essa era a terra. Eis a promessa de Deus: Darei à tua descendência esta terra. 

Logo depois, Abraão ficou sabendo que a posse dessa terra somente se concretizaria na sua descendência após quatro séculos: “Sabe, com certeza, que a tua posteridade será peregrina em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos. Mas também eu julgarei a gente a que têm de sujeitar-se; e depois sairão com grandes riquezas. 

E tu irás para teus pais em paz; serás sepultado em ditosa velhice. Na quarta geração tornarão para aqui; porque não se encheu ainda a medida da iniqüidade dos amorreus. Naquele mesmo dia fez o Senhor aliança com Abrão, dizendo: À tua descendência dei esta terra, desde o rio do Egito até o grande rio Eufrates” (Gênesis 15).

Já na terra de Canaã, Abraão se separou do seu sobrinho Ló. Abraão era um homem muito rico, possuidor de grande rebanho, de sorte que a terra já não comportava os dois, visto que Ló também tinha seu numeroso rebanho (Gênesis 13). 

Após essa separação, Abraão teve de entrar numa guerra de quatro reis contra cinco para socorrer seu sobrinho, que tinha sido levado cativo. Ele lutou do lado dos cinco, e dela se saiu vencedor. Então Abraão deu ao misterioso rei e sacerdote Melquisedeque o dízimo de tudo (Gênesis 14).  Observando os detalhes desse ocorrido, descobrimos que não foi das dízimas da terra prometida, conforme observaremos na lei mais tarde, pois ele nunca teve a posse da terra! 

Até onde sabemos, foi um gesto voluntário. Não sabemos se era em obediência as leis, conforme Genesis 26:5, embora alguns ignoram dizendo que Abraão vivera antes da lei, já havia leis e mandamentos da qual ele havia guardado no coração. (não da forma de escrita como foi dado a Moisés).

Agora, veja à luz do próprio texto e de Hebreus 7, notamos que nesse tudo não estavam incluídos as dízimas da terra, tanto do grão do campo, como do fruto das árvores (Levítico 27), nem os bens particulares de Abraão: seu gado, seu ouro e prata, e muito menos do seu rendimento, mas somente os despojos, ou seja, os bens que eles tinham tomado dos inimigos derrotados e trazidos de volta ao seu respectivo dono (rei de Sodoma). 

Aliás, bens que Abraão até desprezou, visto que nada quis daquilo para si, quando foi lhe oferecido pelo rei de Sodoma, posto que, além de ser um homem muito rico, recebera recentemente muitos presentes do Faraó do Egito. 

Observe que ele foi para essa guerra com 318 homens guerreiros, dos mais capazes, nascidos em sua casa, isto é, filhos dos seus servos e servas, o que denota o quanto ele era rico (Gênesis 12, 13, 14). 

Portanto não houve nesse gesto de dar o dízimo a Melquisedeque, aquilo que também é tão propagado hoje como um sacrifício, que libera as bênçãos provenientes da fé pela entrega do dízimo, e que os pregadores procuram inculcar nos dizimistas! 

Concorda comigo que Abraão não tinha objetivo de receber bens materiais ao entregar o dízimo, já que ele era muito rico? 

Mesmo porque também, observamos neste episódio a recusa de Abraão em receber do rei de Sodoma os despojos como oferta, como altruísmo pela vitória sobre o inimigo. Observe a resposta de Abraão, e se possível, glorifique ao Nome do Senhor! 

Abrão, porém, respondeu ao rei de Sodoma: Levanto minha mão ao Senhor, o Deus Altíssimo, o Criador dos céus e da terra, juro que não tomarei coisa alguma de tudo o que é teu, nem um fio, nem uma correia de sapato, para que não digas: Eu enriqueci a Abrão; (Genesis 14)

Responda pra mim, será que nos nossos dias, os pastores responderiam desta maneira, recusando esta estrondosa oferta? [ ] Sim [ ] Não.

Reflita e continua respondendo: Ficaria bem você entrar numa briga e despojar alguém e levar ao tesoureiro da igreja o dízimo desse despojo? [ ] Sim [ ] Não. 

Acha que esse dízimo seria aceito? [ ] Sim [ ] Não 

Tornar-se-ia em fonte de bênção em sua vida? [ ] Sim [ ] Não
Considere isto também: temos notícia de uma única vez que Abraão pagou o dízimo; e só por isso é hoje geralmente chamado de dizimista pelos ensinadores. 

Porém a mesma Bíblia que diz que ele entregou o dízimo uma vez, também registra que ele mentiu duas vezes: ao Faraó do Egito e a Abimeleque, rei de Gerar (Gênesis 12, 20).

Reflita outra vez e responda: Seria correto hoje, com mais razão ainda, só por causa dessas duas mentiras, chamá-lo de mentiroso? [ ] Sim [ ] Não

Se você respondeu Sim para essa última pergunta, pode-se dizer que Abraão foi dizimista uma vez e mentiroso duas vezes; e isso justificaria chamá-lo também de mentiroso e não somente de dizimista.

Nada existe na Escritura qualquer detalhe que diga ter sido a bênção sobre Abraão o resultado do seu dízimo. O dízimo de Abraão, até onde se pode notar, foi um exemplo único.

Outra coisa, por descrição do caso de Abraão, basta dar o dízimo uma única vez e está o caso resolvido! 
Se Abraão aparecesse na igreja hoje iria ficar psicologicamente alterado por fazerem tanta “história” da única vez que deixou registrado do dízimo que deu. 

Provavelmente, ao ver as igrejas da maneira que são hoje, diria: “Mas... quanto exagero, que ignorância!”. Também, se ele soubesse o que se faz hoje com os dízimos e as ofertas, ele teria dado o dízimo a Melquisedeque, mas... às escondidas!

No que diz respeito à questão do sacerdócio de Melquisedeque é puramente judaica. Não é assunto gentílico (da igreja), visto como os gentios nada tinham a ver com o sacerdócio levítico. 

Foram os judeus que tiveram problema em aceitar Cristo como o Sumo Sacerdote, porque Ele era da Tribo de Judá e não da Tribo de Levi, da qual os judeus haviam sido doutrinados que os sacerdotes deveriam sair. 

Essa é a razão do autor de Hebreus ter discutido amplamente o assunto em sua Epístola. 

Os judeus, obviamente, não podiam entender o sacerdócio de Cristo e o autor de Hebreus tentou explicá-lo.[....] Veremos mais adiante que os levitas pagavam o dízimo do dízimo aos sacerdotes. 

O autor de Hebreus tentou explicar aos judeus que a tribo de Levi ainda não havia nascido, estava no seio de Abraão, do qual foram descendentes, e que eles, de fato, pagaram o dízimo ao sacerdócio eterno de Melquisedeque, através da pessoa de Abraão. Para assim reconhecerem, mesmo indiretamente, o sacerdócio de Melquisedeque. 

O autor estava tentando mostrar aos judeus que o sacerdócio levítico era ineficiente e temporário,  identificando a superioridade do sacerdócio de Melquisedeque, eterno e melhor. 

Os levitas ainda não nascidos, ao pagar o dízimo através de Abraão, estavam então reconhecendo a superioridade do sacerdócio de Melquisedeque, que não era sujeito as suas leis, deixando claro que o sacerdócio de Cristo independe de Levi ou dos filhos de Arão, pois se referia a um sacerdócio eterno sem princípios de dias nem fim de existência.

Subentendemos então que o fato de ser registrado aos Hebreus o dízimo de Abraão em nada justifica uma doutrina obrigatória do dízimo, pelas razões supracitadas. 

Depois de um estudo minucioso na carta aos Hebreus, posso entender que Abraão entregou o dízimo para que lá no tempo da Graça, (depois da morte de Cristo) houvesse o reconhecimento da superioridade do sacerdócio de Melquisedeque em relação ao sacerdócio levítico (os únicos autorizados a receberem os dízimos pela lei de Moisés). 

O sacerdócio de Melquisedeque era representante de um sacerdócio eterno, uma sombra do verdadeiro Sumo Sacerdote, que é Cristo. Creio não ser tão complicado de entender os comentários do autor da carta aos Hebreus. 

É interessante observar também a quem foi endereçada esta carta. (Hebreus = Judeus = Israelitas)

Concluímos até aqui que Abraão deu o dízimo uma única vez, pelo menos, foi somente deste episódio que encontramos registro, graças a Deus! 

Não era dízimo do seu salário em forma de dinheiro ou de sua renda ou de sua propriedade, era do despojo da guerra. E que também já havia leis naquele tempo, conforme Gênesis 26:5. 

E que o deu ao sumo sacerdote Melquisedeque para tão somente demonstrar na Graça (depois de Cristo) a superioridade do Sumo Sacerdote de Cristo em relação ao sumo sacerdote levítico, conforme o escritor de Hebreus nos descreve no capítulo 7.

Só por curiosidade, você já ouviu alguma pregação ou algum ensino com esses detalhes? Saberia me responder também, por que são omitidos, por aqueles que apontam Abraão como um dizimista fiel?

Ao saberem destas verdades e omitirem, estão mentindo e com segundas intenções. São então, merecedores e digno de sua confiança? Pense bem! E vamos em frente com nosso estudo.

Jacó o outro dizimista
A segunda vez que o dízimo é mencionado na Bíblia, é pelos lábios de Jacó (que mais tarde recebeu o nome de Israel), no episódio da visão da escada, quando fugia de seu irmão Esaú, indo para Padã-Arã. 

Leia devagar e com atenção o texto. Uma, duas ou mais vezes se necessário. Pese cada palavra que foi dita por Deus a Jacó. E cada palavra que Jacó disse a Deus. 

Deixe o texto falar ao seu entendimento: A terra em que agora estás deitado, eu ta darei, a ti, e à tua descendência - Deus falou. 

Agora, é Jacó falando: Se Deus for comigo, e me guardar nesta jornada que empreendo, e me der pão para comer e roupa que me vista, de maneira que eu volte em paz para a casa de meu pai, então o Senhor será o meu Deus; de tudo quanto me concederes, certamente eu te darei o dízimo (Gênesis 28). 

Observe atentamente que nesta passagem encontramos Jacó fazendo um voto de entregar no futuro, caso Deus fosse com ele, abençoando-o. 

Se acatarmos esse episódio para usar como ensinamento para nossos dias, precisaremos receber primeiro o que Deus tem para nos dar, para daí então entregarmos o dízimo e se não recebermos, nada feito, como se Ele tivesse alguma obrigação a nos abençoar e um interesse mesquinho em dez por cento de nosso salário. 

É como se estivéssemos propondo, me abençoe que te darei o dízimo! É tão absurdo quanto ao outro pensamento que já tem se tornado comum: Eu te dei o dízimo, agora então, me abençoe!

Quando li o episódio de Jacó, até imaginei que foi por causa desse voto espontâneo de Jacó, feito diante da promessa de Deus, que os seus descendentes ficaram muito tempo depois, obrigados a entregar a Jeová todas as dízimas da terra (de Canaã), tanto do grão do campo, como do fruto das árvores, do gado e do rebanho, quando entrassem na posse dessa terra prometida (Levítico 27). 

Quem sabe? Isso é apenas uma suposição minha, já que não encontrei nada que confirme que Jacó cumpriu pessoalmente este voto.

Deus foi com ele e o guardou e lhe deu mais que o pão para comer e roupa para vestir. Deu-lhe riqueza, como veremos adiante, no transcorrer de sua história.

Pensei comigo, se os israelitas iam herdar a bênção prometida a seu pai, deveriam herdar também a obrigação contraída por ele naquele pacto; pois foi justamente a terra que Deus prometera dar a Jacó, que foi dada aos seus descendentes.

Todo trato de Deus com Abraão, Isaque, Jacó e seus descendentes gira em torno dessa promessa. Ou seja, sempre envolvendo a posse da terra de Canaã.

Acredito que ficou claro que a primeira menção bíblica ao dízimo: aquela relacionada a Abraão; e a segunda, relacionada ao voto de Jacó que iria dar o dízimo caso Deus fosse com ele e o abençoasse, se não... nada feito, Deus não receberia, não justificam os argumentos usados para orientar que o dízimo já era praticado antes da lei, dizendo que tanto Abraão como Jacó, foram dizimistas antes da lei. 

Como vimos tanto o caso de Abrão como o de Jacó, nada tem em comum com nosso contexto e muito menos com aquilo que é ensinado hoje.

Acompanhe também passo a passo o raciocínio a seguir.Os que procuram tornar o dízimo estritamente baseado em dinheiro, obrigatório e rotineiro, afirmando ter ele existido “antes da lei”, mas como já vimos, eles não ensinam como realmente foi dado “antes da lei”. 

Ao aceitar somente porque foi instituído antes da lei mosaica, além de deixarem de observar os detalhes dos itens já esclarecidos, também deixam de observar que existem outros preceitos, que vou citar que também são anteriores à lei mosaica, e foram mais tarde incorporados a ela como o dízimo, mas nem por isso sentimos obrigados ou somos ensinados a observá-los.·        

A distinção entre animal limpo e animal imundo, e a consequente proibição de comer a carne deste último (Gênesis 7, Levítico 11);  
A circuncisão (Gênesis 17, 21; Josué 5);   
O sacrifício de animais (Gênesis 15; Êxodo 20, 24; Levítico 1 e seguintes);         
A consagração dos primogênitos dos homens e dos animais a Deus (Êxodo 13, Números 3);
O levirato (Gênesis 38, Deuteronômio 25);
A celebração anual da páscoa (Êxodo 12, 23; Josué 5);
A guarda do sétimo dia (sábado) (Gênesis 2; Êxodo 16, 20, 23).

Depois de consultar cada um desses itens você certamente concordará comigo nisso, mas poderá levantar uma forte objeção: É verdade, o raciocínio acima parece lógico, mas o dízimo aparece também no Novo Testamento, logo deve ser observado, pois ficou inserido no contexto do evangelho!
Você não me pegou, eu sabia disso, então vamos continuar investigando o caso:

A distinção entre animal limpo e animal impuro aparece também no Novo Testamento. O apóstolo Pedro tinha dificuldade com isso, mas parece que esse problema foi resolvido, pelo menos em relação aos gentios (Atos 10, 11, 15);

A circuncisão também está no Novo Testamento, e está relacionada à pessoa mais importante. E foi justamente no dia da sua circuncisão, quando completou oito dias de vida, que ele recebeu o seu nome: Jesus (Lucas 2). 

Aliás, a prática da circuncisão até aparece lá bem na frente. O próprio apóstolo Paulo circuncidou Timóteo, filho de uma judia crente e pai grego (Atos 16);

De igual modo, o sacrifício de animais. Na consagração do primogênito Jesus, foram sacrificados um par de rolas e dois pombinhos (Lucas 2);

E como estava escrito na lei, ele foi também consagrado ao Senhor na condição de primogênito (Lucas 2);

O levirato, por sua vez, ainda era praticado nos dias do Senhor Jesus. Os saduceus nos dão notícia disso nos três Evangelhos (Mateus 22, Marcos 12, Lucas 20);

A celebração anual da Páscoa, também. E o próprio Senhor Jesus a celebrou (João 2, 13, 18; Mateus 26);

E até o polêmico sábado era observado (Lucas 4, 23; Mateus 24).

Agora reflita novamente e responda: 
Estamos sendo ensinados a observar esses importantes preceitos acima mencionados, que à semelhança do dízimo, existiram antes da lei mosaica e foram a ela incorporados e eram observados nos tempos do Novo Testamento? 
[ ] Sim [ ] Não. Saberia me responder por que será que não?

Por que será que somente o dízimo é ensinado e com tanta ênfase, com promessas e maldições? (Conheço as poucas exceções). 

Não consegue perceber que parece ser um ensino enganoso, muito bem montado sobre a verdade, tendencioso e muito vantajoso para o doutrinador?

Só para descontrair, você conhece algum ensinador desta doutrina circuncidado ou que ao menos ensine sobre isso?

Estão pegue todos esses argumentos citados e esfrega na cara do deus mamom, o pai de todas as mentiras e segundas intenções e diga, tu pensas que és “rico”, mais és POBRE e um perdedor!

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