Tudo sobre o dízimo

Dízimo

Adicionar aos Favoritos

4

O QUE LEVOU-ME A ESCREVER 

Ocorria sempre que, em conversa com uma ou outra pessoa sobre o assunto, alguém me sugeria que eu escrevesse a respeito dos resultados a que eu tinha chegado com meus estudos particulares sobre o dízimo

Mas eu respondia: Não, primeiro que não sou escritor, segundo que isso foi apenas uma busca que eu fiz para o meu próprio entendimento. Inclusive no início era apenas só para tirar algumas dúvidas que assaltavam os meus pensamentos de vez em quando.

Tudo foi caminhando por estradas até então, desconhecida por mim e chegando aqui, percebi a necessidade de expor a verdade, embora esteja certo também das duras conseqüências: pastores que sempre me apoiaram, virarão as costas e não mais me convidarão para pregar em suas igrejas; igrejas que sempre estivem cadeira no púlpito reservada, “fecharão” as portas; irmãos queridos que sentiam prazer em compartilharem da Palavra de Deus comigo, não mais me procurarão, tudo isso, além de ser chamado de herético pelos analfabéticos biblicamente e mais algumas coisas que ainda não me foi revelada terei de suportar, eu sei que tamanho deserto e tempestade me aguarda, se fosse para mim com certeza não me atreveria fazê-lo, pois não teria forças para suportar tamanho desprezo por um povo que tanto amei durante toda minha vida.

Tudo que sinto agora é uma força incomum que encontrei na Graça de Jesus Cristo, e Ele é o motivo maior. Comecei a fazer, embora esteja ansioso, não sei quando vou terminar, o que importa agora é que, sem sombra de dúvida depois de chegar aonde cheguei, seria tolice e até mesmo, insuportável aquietar-me.

Recordo-me que no começo eu procurava descobrir também os motivos pelos quais nós os pregadores não buscávamos conhecer com clareza, a verdade sobre os pais e a verdadeira identidade e natureza deste filho órfão, adotado pelos nossos “sistemas”, chamado dízimo, o qual, em alguns casos, sabemos, tornou-se senhor desses “sistemas”. (uma verdade que descobrirá no decorrer deste estudo).

Eu queria saber também porque nós os pregadores, por maioria, adotamos o dízimo e não quisemos adotar outros irmãos dele, tais como o sábado, a primogenitura, a circuncisão e outros, discriminando-os sem motivos aparentes, pois todos eles foram igualmente como o dízimo, adotados também pela Velha Aliança (a Lei).
Seria porque o dízimo é rico e os seus irmãos, pobres?

Depois de muitos meses num estudo minuciosos e muitas pesquisas a respeito deste assunto e com ajuda de diversos meios de comunicação e principalmente da Palavra de Deus, resolvi então expor a verdade, desnudando-o diante de toda farsa que existe e revelando o engano que, com interesse e esperteza, foi montado em cima desse filho da velha Aliança (a Lei), a qual, à semelhança do rei Jeorão, se foi sem deixar de si saudades (II Crônicas 21).

Faço-o também por desencargo de consciência, porque abrindo a cortina desse polêmico tema, estarei levando estas verdades ao conhecimento das almas preciosas, compradas com o sangue do Cordeiro, a qual amo cada uma delas e das quais receberam GRATUITAMENTE a salvação que está somente na pessoa de JESUS CRISTO.

Visto que já fui por muitos anos, pregador do dízimo e já adquiri também os títulos de: diácono, presbítero, evangelista e pastor, que, aliás, pensando bem, diante do cenário em que vivo, não sei mais o que cada um desses títulos representa em minha vida, nem sei também se muda alguma coisa em relação as minhas particularidades com Deus, ou é somente para massagear meu ego colocando-me assentado numa plataforma superior aos demais fiéis onde muitos dos que lá estão, deveriam descer e não poucos os que estão lá em baixo, deveriam subir.

Muitos deles que estão lá em baixo já puderam demonstrar, não somente na minha presença, mas na de Deus, que são superiores a mim no que diz respeito à simplicidade, humildade e capacidade para servir a Deus. Por isso não me envergonho de pedir sua gentileza, dá-me  licença!  ...que estou descendo.

Pense comigo, como pastor assembleiano, fazendo parte desses “sistemas” seria oportuno continuar ensinando-os a entregar os dízimos, já que os mesmos seriam administrados conforme eu entendesse, porque as ovelhas também são ensinadas a não questionarem o destino de suas contribuições. 

Poderia usar na troca do meu carro por um carro do ano, minha igreja é distante de casa e um carro novo evitaria diversos problemas na execução da obra de Deus, enquanto muitos pagam passagem de ônibus e outros andam a pé, debaixo de chuva até chegar à igreja.

Poderia também colocar ar condicionado em minha residência, para fazer meus estudos com mais conforto nos dias quentes, enquanto muitos fiéis dizimistas abanam o suor do trabalho de cada dia com pedaço de papel. Poderia até convidar os irmãos obreiros para uma reunião mensal incluindo uma churrascada e Coca Cola, com certeza nenhum deles iriam reclamar. 

Enquanto isso, muitos lá na igreja não tem nem arroz, para o almoço. (recentemente visitei uma dessas “ovelhas” que estava sem ter o que comer, há três dias, com somente o que restavam do pó de café e açúcar para sustentar uma família de seis pessoas até o dia do mísero salário). Nunca mais esquecerei a demonstração de gratidão ao ver-me com minha esposa por aquelas bandas com duas cestas básicas, que levamos para esse fim.

Jamais usaria a contribuição desses humildes e fiéis irmãos, como sugeri, mesmo porque jamais me interessei em saber o valor que entre e sai nos cofres das igrejas que pastoreei, nunca precisei e por isso preservei-me resistindo sempre a esse deu$inho chamado mamon, foi apenas para reflexão e por causa de minha indignação, embora essas críticas pareçam exageradas, não são, acontece pior. Todos nós sabemos que é real, e como alguém um dia disse, “o pior cego, não é aquele que não vê, mas aquele que não quer ver.”

Sei da dificuldade que encontrarás para se livrar da sensação de estar observando um pastor levantando argumentos polêmicos para se “prejudicar” financeiramente. Jamais faria isso se não tivesse as minhas convicções. Esteja certo de que na medida em que for saboreando a verdadeira Graça de Cristo, você entenderá que os argumentos embora chocantes, estarão em conformidade com a verdade.

Escrever sobre esse assunto confesso novamente, que não está sendo fácil, além de tudo, carrego comigo a certeza de que estarei sendo “excomungado” não só pela liderança da igreja, mas como já pude perceber, também pelos próprios irmãos amigos. 

Alguns deles, dos quais tive a oportunidade de tocar no assunto, não se deu ao trabalho de pesquisar na Palavra de Deus a respeito, antes, me desapontou ao dar-me a impressão de que se sentiu tão “santo” com seus conceitos diante de um “pastor herético”, que se viu no direito de nem me cumprimentar mais com a paz do Senhor. 

O que me preocupa não é a saudação, minha vida agora está tão regada na Graça do Senhor que não vivo e nem dependo disso, mas a atitude cega e mesquinha daqueles que ficam apenas na carona das pregações de seus líderes e não fazem um mínimo esforço em buscar por si só, um estudo criterioso da Palavra de Deus.

Outros, ingenuamente admitem: “Ora, se meu pastor falou então é porque Deus disse. A Bíblia é muito complicada. Melhor a gente não ler para não se confundir”. Quanta “santa” ignorância!

Outros, teólogos e estudiosos, emudeceram com seus próprios conceitos e fizeram vista grossa diante da Palavra de Deus que expus, não sei se conheciam sobre o assunto e optaram por omitir seus conhecimentos, ou se não tiveram coragem de discutir por faltar-lhes argumentos bíblicos, outros, buscaram razões pessoais sem fundamentos na Palavra, realmente fiquei desapontado com alguns e até agora estou tentando entendê-los.

Foi durante este criterioso estudo que precisei rever o meu conceito sobre essa doutrina e espero o mesmo com tantos quantos estiverem dispostos a absorverem as verdades contidas na Palavra de Deus.

Embora esteja ciente dos “problemas” que continuarei a enfrentar devido ao que as pessoas pensam, considerem e até mesmo acreditem, eu prefiro ficar com a Palavra de Deus.

Foi dela que me veio o seguinte conselho do Mestre: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente, sereis meus discípulos e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. (João 8: 31 e 32).

E o apostolo Paulo nos alertou de uma maneira que nunca vou esquecer: mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. (Gálatas 1:8). Opto por ficar com estas verdades.


...Próxima página